Dor do crescimento

30/06/2019

     No consultório dos ortopedistas é comum chegar pacientes, com idade entre 3 e 6 anos, com queixa de dores nas pernas, especialmente à noite. O relato das mães é quase sempre o mesmo: durante o dia a criança brinca normalmente, corre, joga futebol, vai à escola. E à noite surge aquela dor inexplicável, que a criança não consegue nem mesmo dar a localização exata.

     Se essas queixas não vêm acompanhadas de manchas nas pernas, nem de inchaços, mancar, limitação da atividade, os pais podem ficar tranquilos. Mas uma consulta com o ortopedista pediátrico é fundamental para afastar outras suspeitas e caso necessário para aprofundar a investigação e garantir o crescimento saudável da criança.

     A dor do crescimento aparece por volta dos três anos. Não há uma explicação totalmente comprovada da causa dessa dor. Teorias são que a fadiga muscular ou a grande atividade de impacto provoca dor próxima às áreas de crescimento.

     O problema pode ter ainda um componente emocional. "A criança realmente sente dor. Não é manha. Mas os fatores psicológicos podem predispor a criança a sentir essa dor". É o caso da entrada ou mudança de escola, ou mesmo o nascimento de um novo irmãozinho.

     Normalmente não é necessário estabelecer um tratamento para essas dores. Massagens e compressas quentes são indicadas para aliviar essas dores, assim como a prática de exercícios regulares. Se a situação for constante e a dor muito intensa, um médico deve ser procurado para aprofundar a investigação e garantir o crescimento saudável da criança.

Quem atinge

     Crianças a partir dos 3 ou 4 anos e até os 10 anos, fase considerada de primeiro estirão. Crianças sedentárias são muito afetadas.

Onde, como e quando dói

     Surge mais à noite, nas pernas, na região das coxas e panturrilhas. É uma dor difusa, frequente ou esporádica. Às vezes a criança pode acordar com a dor. No outro dia ela está totalmente normal. Além da queixa não existem outros sinais, como febre, edema, perda do apetite, manchas na pele etc.

Causas

     As causas do problema não são totalmente conhecidas. Alguns acreditam que se trata de um desequilíbrio no ritmo de crescimento dos ossos, tendões e músculos: um pode se desenvolver de forma mais acelerada que outro; quando se igualam, a dor para. Também pode haver dor por fadiga muscular. A atividade mais intensa relaciona-se com a dor. Componentes emocionais podem fazer parte do quadro.